domingo, 1 de dezembro de 2013

O livro amarelo

Está tudo escrito, sempre esteve. 
Começar um texto afirmando que as coisas não acontecem por acaso talvez seja demonstrar (mais) um pouco do meu lado crente nas energias que circundam o ‘eu’. Incrível mesmo é quando nos colocamos em um estado de inércia para observar o que acontece ao redor, já fizeram isso? É um exercício que recomendo a todos.


Os questionamentos que brotam incessantemente na minha cabeça e que, como se não já fossem muitos, os habitantes das adjacências fazem questão de me (re)questionar sobre os mesmos assuntos.
Comecemos, pois, do começo: o título deste texto. O livro amarelo me foi presenteado por um, a princípio, estranho que hoje chamo de colega filosófico. Diferente dos outros ócios criativos, nesta tarde estou acompanhada de uma seleção de músicas que o Youtube me fez, de um pote de doce de chocolate com bananas em rodelas, deixei o amargo e eufórico sabor do café para um momento posterior, pois nesse preciso do doce e calmante chocolate que amenizará minhas ansiedades em relação à reta final de um curso acadêmico.

Caravaggio - Auto retrato como Dionísio
Parece que, de fato, aquela mente efervescente voltou à tona e com ela todas as minhas lucubriações, tantas que sinto dificuldade em organizá-las em palavras para que exercite a extração e depósito na penseira. O ritmo intenso e cansativo do dia-a-dia me faz sacrificar partes de mim, sacrifício que para a minha “mestra” e orientadora de monografia, Professora Drª Rozélia Bezerra, é sinal de devoção, de amor.  “Amor”? Vocês devem estar se perguntando se isso tem algo a ver com recentes relacionamentos fracassados, e eu respondo que não. Não é o amor de Eros, não é um relacionamento afetivo-carnal, é um amor que transcende ao físico, que não existe explicação.

Amor à quê? Amor ao meu trabalho, amor à vida, amor à certeza que de alguma forma minhas falas vão mudar a realidade daquela adolescente que foi ao museu achando que só receberia uma aula de artes, como se artes fosse algo banal e inútil. Amor ao olhar esperançoso e ansioso por conhecimento como o meu era, como meu é até hoje.

– Fui arrebatado!” expressão dita em uma conversa casual por um colega de turma que definiu o que senti quando tive a oportunidade de ouvir sobre a “força expressiva na mão que pinta Caravaggio” e que para mim tudo mudou/começou ali, naquele auditório do CEGOE na UFRPE. Parece que depois do arrebatamento pela fala do Professor Dr. Sandro Sayão, arrebatamentos sucessivos me apresentaram uma calmaria convulsiva de que tudo daria certo e que todas as dúvidas impostas à minha capacidade de dar prosseguimento a uma pesquisa que não é comum no Recife receberiam a melhor resposta de todas: o sucesso.

Tá, mas o que pesquisas acadêmicas, mediações em museus, aulas arrebatadoras e um livro amarelo tem em comum? Simples, você é quem domina o rumo da sua vida. Decida, foque, exercite e você terá os lucros. Talvez essa tenha sido a mais insana e mais consciente postagem que eu tenha feito. Espero que vocês consigam compreender, esse foi o final de semana mais calmo dos últimos 6 meses, mas o mais agitado, por um momento a inquietação foi tamanha que não me reconhecia no espelho.


Lembre-se um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.

Um comentário:

  1. Nada por acaso, Amor, ego, auto conhecimento, precisamos dominar bem para sermos arrebatados, bom só existe uma maneira de conseguir: vivendo intensamente como se o passado não "importasse tanto" e o "futuro não existisse". Viva cada momento lindo e nada que um livro amarelo com um pouco de doces num fim de semana calmo. lembra ta que tava faltando um tempinho para esses momentos? aproveite-os devore-os todos.

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