quarta-feira, 10 de outubro de 2012

- (auto)Sabotagem


Há pouco tempo participei de um evento de programação para garotas (Rails Girls) onde os coachs em sua maioria eram ‘garotos’. No primeiro dia do evento foram feitas as instalações dos programas que seriam utilizados e o motivo pelo qual seria um evento destinado a garotas (fotos aqui).
Como eu sempre falo, minhas mãe é a culpada (ou não) por esse excesso de características na minha personalidade e vocês devem estar se perguntando o que eu, uma aluna de História, estaria fazendo em um evento de T.I.. Ela trabalha em uma empresa de tecnologia, ganhei meu primeiro desktop aos 7 anos e aos 11 anos achava divertido brincar no comando e invadir o pc alheio, até hoje não sei o motivo pelo qual decidi prestar meu primeiro vestibular para medicina, o segundo para jornalismo e como pegadinha do destino estou cursando História.
Inserindo o termo ‘tecnopata’ (um fofo e amante de tecnologia, risos) na minha personalidade, que justifica bem a razão de aprender programar ruby, parei para pensar sobre técnicas de condicionamento da mente animal. A psicologia é a boa e velha ferramente que usamos para programar o mundo a nossa volta, para tudo enviamos um estímulo e recebemos uma resposta (behaviorismo). Facilitando a vida de vocês, é algo similar a 3ª lei de Newton.
Acontecimentos (não tão) recentes de “entra em greve” e “sai da greve” desorganizaram meus planos de estudos/postagem/vida e nesse período de 4 meses eu tive a oportunidade de aprender um pouco sobre Filosofia da Arte, em que meu principal interesse é na ideia de corpo que se tem dentro de uma sociedade.
Presa entre realismos, relativismos e ativismos caminho na direção em que mente e corpo podem e devem trabalhar em conjunto. Deixe-me explicar melhor; desconstruindo a ideia de que uma pessoa só pode ser inteligente se ela possuir um corpo fora dos padrões de beleza e se não usar roupas (dita) moda, nós quebramos um conceito de condicionamento social e passamos a admitir que o corpo pode possuir características padrões mesmo se a pessoa for (considerada) intelectual.
Sendo assim, é normal que eu expresse meu desejo de ter pernas de “panicat” (sendo modesta, haha), o problema é só programar meu cérebro para que ele entenda que estou pagando uma mensalidade na academia para ir apenas nas segundas.
Como não é fácil uma (auto)programação, sempre vai existir espaço para a (auto)sabotagem. É exatamente aqui que você (no caso, eu) precisa jogar aquele spray de água (condicionamento animal) ou choquinho elétrico em você mesmo. É colocar a mão na consciência e pensar nas vantagens que você terá ao parar de se sabotar, no meu caso vou deixar de ter pernas de gelatina para ter pernas de panicat.

Lembrem-se: um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.
Até a próxima postagem.