quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dualidades


Fechando janeiro e com ele toda (ou parte) da minha correria. O engraçado é que quando mais me sinto viva mais me sinto esgotada, é um misto de esgotamento físico/mental e uma vontade louca de continuar ativa. Talvez eu não seja a única a encarar a vida desse jeito, mas (para mim) é tudo tão breve que viver intensamente vira uma necessidade gritante do meu corpo.
E por não acreditar em coincidências, eu consiga afirmar tão fortemente que nada na vida da gente acontece por acaso. Não sou institucionalmente religiosa, sou crente (no sentido correto, pois crente é aquele que crê em algo/alguém) e acho que isso explica muita coisa do meu “viver intensamente”.
Super hilário é quando eu escuto críticas que julgam meu momento ativo de irresponsabilidade; o que é bem interessante, já que essas mesmas pessoas que tanto me criticam agora, já criticavam antes a minha inatividade. Bom, paciência, não posso agradar a todos; ou melhor, não consigo agradar esses em especial. E como diria um amigo meu “não vou me jogar no Capibaribe por isso”.
A semana de 20 a 27 foi a semana mais louca e mais sã que eu já tive, era um misto de racionalidade e emotividade que só quem estava junto, vivendo comigo, pode explicar. Nessa dualidade de pensamentos a vida me mostrou mais uma vez que se a gente não souber aproveitar e não souber dizer para os outros o quanto eles são especiais para gente, podemos levar uma 'tabocada' na cabeça e acordar para realidade: que nós nos importamos com coisas rasas, que brigamos por motivos medíocres, que deixamos de rir por um simples acordar com o pé errado e assim deixamos de ver a beleza em um dia quente e ensolarado, beirando temperaturas infernais(risos), em Recife.
Em menos de 30 dias o mundo ao meu redor perdeu duas pessoas muito amadas; primeiro foi a avó de um amigo/irmão que me acompanhou a vida inteira, não era uma simples avó. Era a avó feliz, que sorria gratuitamente para qualquer um, que irradiava amor e paixão pela vida. Era, principalmente, uma mãe que educou bem os filhos, que afagou os netos e que adotou noras e genros.
Nessa semana uma tragédia chocou o Brasil todo, os jovens queimados em Santa Maria, por pura ambição e ganância. Talvez pessoas que não são de Recife, não tenham visto a reportagem que fizeram (eu não tenho noção do tamanho de alcance desse blog, só jogo meus pensamentos nessa penseira para aliviar os excessos), mas minha prima, meu pedacinho de vida, meu docinho está de férias com o namorado no Rio Grande do Sul e ela estava nessa boate; e por um estalo inconsciente implorou para o meu cunhado para saírem de lá. Graças aos Céus eles estão bem.
Ontem, numa carregada quarta-feira, recebi uma notícia capaz de me deixar desorientada. A segunda pessoa do mundo ao meu redor se foi de uma maneira brutal; o irmão de um grande amigo, amigo daqueles que você gosta de graça, que por ver uma abelha colhendo o pólen abre o sorriso mais inocente e singelo que pode existir, uma pessoa verdadeiramente apaixonante; que você olha pra ele e diz “nada nem ninguém pode fazer uma criaturinha dessa sofrer”, mas ele perdeu o melhor amigo, o melhor filho, o irmão mais novo. E vê-lo sem chão me fez mais uma vez pensar sobre como a vida é passageira, como tudo é tão idêntico a um rio e como nós somos completamente incoerentes por viver reclamando da vida e não parar pra vivê-la de verdade.

Lembrem-se um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.
Até a próxima postagem.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

21 Ciclos

Gosto do número 7 e acho os seus múltiplos (no caso minha idade, 21 anos) dotados de certas características que me chamam atenção, porém não me perguntem o motivo, não sei explicar. Ainda seguindo a linha de retrospectivas e utilizando as palavras de uma pessoa muito especial para mim, o “encerramento de mais um ciclo” foi algo fantástico. Se eu andava reclamando que reduzi meus 90 dias de férias (sambando na cara da sociedade universitária) para 15 dias, posso tomar tento e parar com isso, já que esses 15 dias se tornaram produtivos e mais que agradáveis. Eu poderia arriscar até um alinhamento cosmológico ao meu favor, mas só arriscar. (risos)

Adotei o ‘Carpe Diem’ como filosofia de vida há algum tempo e desde que comecei a não me prender as construções sociais erguidas sob os pilares de ideais religiosos (e doa a quem tiver lendo), posso dizer que estou vivendo de verdade. Alguns (e até eu mesma) andei utilizando o termo “adolescência tardia” como modo de rotular o momento, mas nem considero como um surto de irresponsabilidade  considero como um grito de humanidade (You’re gonna hear my voice when I shout it out loud!) e um grito que tá fazendo barulho aonde e em quem ele alcança.
Olha, não vou mentir dizendo que a sensação não é boa. A sensação é MARAVILHOSA, e mesmo não sabendo administrar bem todas essas mudanças (de espaço, de espírito, de conceitos e de vida) a gente sempre dá um jeitinho brasileiro e faz umas piruetas improvisadas para finalizar coisas antigas que por motivos bestas ficaram em aberto ou por brincadeira do destino acabamos abrindo outras que nós nunca imaginamos ser possível. Mas a vida é esse eterno movimento marítimo de ‘vai-e-vem’ e a gente? A gente só precisa ter fé que o mar vai virar um rio e que tudo vai passar.
E que neste novo ciclo que iniciamos seja repleto de incertezas, pois é nelas que buscamos insaciáveis por algo que não tem explicação, mas que é capaz de nos mover, é capaz de nos fazer sentir a vida pulsando.
Lembrem-se um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.
Até a próxima postagem.