Prometi que faria uma postagem esse fim de semana, na verdade
tinha em mente publicar um texto que escrevi dia 02 de dezembro, mas parece que
me perdi no meio dele e as ideias se chocaram, fazendo com que juntasse
palavras aleatórias e que no fundo não faziam muito sentido nem para mim,
imaginem para vocês!
Fazem duas horas que estou sentada na frente do computador
digitando parágrafos desconexos que parecem mais ‘tweets’ do que uma postagem,
a maioria deles reclamando da minha falta de tempo. Incrível como sempre
reclamo disso e como reclamo que não tenho o que fazer. Resumindo: sempre
reclamando e nem tenho de fato do que reclamar.
Parece que perdi minha essência nessas duas semanas (coincidência
ou não a minha ausência nas aulas de filosofia e de alimentação), me
perguntaram porque parei de sorrir com os olhos e eu simplesmente não soube
responder. A rotina me incomoda e a ausência dói. Talvez as pessoas não consigam
compreender, mas estar no meio da multidão nem sempre é estar acompanhado e
estar isolado nem sempre é estar sozinho. “[...]
but alone is alone, not alive!" John Barrowman
Sabe qual o maior medo do homem? Estar só. Percebi que
hábitos de relacionamento se perderam com o tempo, você não diz um “boa tarde” sorridente
para o cara que tira as bandejas da mesa do shopping, trabalhar com público me
fez melhorar muito como pessoas, me tornou mais humana. Outro dia me peguei no
modo automático dizendo um boa tarde serelepe para o carinha que recolhe as
bandejas e ele me retribuiu com um sorriso radiante, como se dissesse “alguém
sabe da minha existência”.
Foto: Marinez Texeira |
Já notaram que existem pessoas que iluminam nossas vidas de
graça? Aprendi que sorrisos tornam a vida mais leve. Às vezes tá tudo uma bosta
e você recebe aquele sorrisão de um estranho e parece que seu dia melhorar só
por causa desse pequenino gesto.
Dia 13 de dezembro fiz 30 meses de operada, não tinha me dado
conta de como o tempo passou rápido. Até hoje me perguntam qual a principal
mudança que aconteceu na minha vida depois da redução de estômago. Sempre falei
do psicológico, que mudei meu jeito de ver o mundo. Na verdade acho que aprendi
a sorrir. Aprendi a brincar de Pollyanna e de fazer do meu pessimismo de todo
dia piada e começar a enxergar o lado positivo das coisas. Relaxei e deixei de
ser tensa e me cobrar tanto, evoluções que só quem me conheceu antes consegue
perceber. Me aproximei de pessoas que nunca imaginei me aproximar, de pessoas
completamente diferente de mim e que hoje deixam saudade quando somem.
Me ensinaram a sorrir nesses dois anos, me ensinaram a
gargalhar de coisas bobas. Me ensinaram que se as coisas estão ruins, podem
piorar. Mas também me ensinaram que eu nunca vou estar sozinha. Aquela
gargalhada que faz falta aos ouvidos, uma piadinha maliciosa que quebra tabus e
uma pentelhagem incansável. Talvez vocês não compreendam o que eu estou
querendo ressaltar aqui, mas é que por tanto tempo busquei “pessoas iguais” a
mim que me vi apegada exatamente ao meu oposto. E viva as contradições, que um
mundo cheio de Gabrielas seria tão entediante que ninguém se aguentaria.
Peço desculpas, sei que esse não é o melhor dos meus textos,
ando sem motivação para escrever (para muitas coisas). Mais uma despedida
(daquelas que eu detesto) quebrou outro pedacinho da minha alma e eu tô
tentando arrumar a bagunça que essa péssima surpresa fez.
Lembrem-se: um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.