terça-feira, 21 de agosto de 2012

Cortes de Cabelo



Quando acontece algo que marca minha vida a primeira coisa que faço é cortar o cabelo, loucura? Pode ser, mas prefiro encarar como uma maneira de deixar tudo que se foi no seu devido lugar, o passado. Até quando uma mudança pode bagunçar a vida de alguém? No meu caso, mudanças são bem vindas, se precisou mudar é porque já estava em uma situação crítica.
Bom, preciso pedir desculpas a vocês, meu objetivo era alimentar o blog a cada 7 dias, para que vocês pudessem acompanhar mais de perto minha vida, rotina, dificuldades e benefícios de ser uma ex-gorda. Os mais próximos já devem saber, mas para os que não sabem estou de casa nova e junto com ela veio uma bagunça sem fim, idas ao supermercado, roupas e louças para lavar. Estou uma dedicada dona de casa (risos)!
E essas intensas atividades domésticas andam me ocupando (e cansando) bastante, começo a fazer o reconhecimento do bairro e dos pontos de extrema necessidade (cabeleireiro, academia, farmácia, petshop, costureira, padaria...) e acabei deixando o blog entregue às moscas. Mas acreditem, foi por uma ótima causa! Estou muito feliz aqui, consigo me dedicar melhor a minha dieta, aos planos de exercícios, ao meu sono (o que é muito importante) e tenho a facilidade de estar bem mais próxima da faculdade.
O excesso de novidade andou desregulando a minha rotina de atividades textuais, tanto nas leituras quanto nas composições. Pense em algo frustrante que é saber que você precisa fazer algo que não consegue se concentrar pelo exacerbado acumulo de informações, começo andar pelo Recife com um bloco de notas e uma caneta para não perder a menor faísca que brote desta mente escalafobética. 

Lembrem-se: um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.
Até a próxima postagem.



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

- “Quem engole corda é cacimba.”


Já dizia minha bisavó. Em todas as vezes que escutei isso, eu relacionava ao engano cometido para com o outro. Nas minhas meditações diárias a caminho do Inglês vi que esse ditado popular se aplica bem ao meu caso. Por anos tentei não mentir para mim mesma, mas ando fazendo muito isso. “Uma mentira, será sempre uma mentira”; um grande amigo meu me falou isso quando eu tentava justificar que “uma mentira contada mais de mil vezes se torna uma verdade”. Juntando todas essas conversas, eu venho ‘desmentir’ o poeta Vinícius de Moraes. Não, meus amados leitores, beleza não é fundamental. Mas alta auto-estima sim.
Minha mãe, (participante assídua das minhas postagens), sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida. O tipo de mulher forte, disciplinada, que coloca a família a cima de tudo e todos. Uma flor de mulher capaz de virar bicho se ousarem mexer com alguém querido. Aprendi com ela tudo o que sei, mas a primeira lição que ela me ensinou sobre relacionamentos é que “nós não devemos gostar de quem não nos dar o valor que merecemos”.
Andei me questionando nessa semana, o motivo pelo qual fiz algo que jurei nunca mais fazer. Após dias pensando sobre o assunto cheguei à conclusão que estar ali me causou uma sensação de bem que há tempos não sentia. Estava com as pessoinhas que eu mais amo nesse mundo e que se por alguma ironia do destino, o mesmo, decidisse acabar ali naquele momento eu seria a pessoa mais feliz que já existiu. Talvez pela presença do amor incondicional que rondava minha aura naquele dia.E quando me questionaram o motivo pelo qual eu fiz o que jurei não mais fazer, respondi da maneira mais simples e direta possível “Me sinto bem assim, me sinto bem de um modo que não me sinto em ocasiões idênticas”.
Pouco atrás me deparei com a perfeição (para mim) e como uma reles mortal era normal que ficasse embriagada com a proposta de vida eterna que por um (curto) momento me foi oferecida. Envaidecida pelo possível achado arqueológico me deixei cegar pela perfeição aparente e esqueci-me do fundamento nº 1 que a minha mãe me ensinou.
Nós não podemos mudar o passado, mas aprender com ele para não cometer os mesmos erros no futuro. Existem erros reais e erros ilusórios, que só existem na nossa cabeça, a repetição de um ato que jurei nunca mais fazer era um erro para comigo (físico), mas acreditar em uma ‘perfeição olímpica’ era um erro com os fundamentos de quem eu sou.
Lembrem-se: um ex-gordo vê o mundo diferente de um magro.

Até a próxima postagem.