Durante muito tempo encarei meu problema como sendo meu e nunca pensei
que o fato de ter problemas de saúde por conta do peso desestruturava minha
família, deixava meus amigos receosos e os estranhos olhavam para mim com pena.
Sinal de que nossas atitudes atingem as pessoas de um modo diferente e
convergente, porque apesar de cada um apresentar uma reação de certo modo me
tornei a preocupação de muitos.
Quando eu decidi me operar pensei, em primeiro lugar, na minha saúde.
Depois vieram pensamentos sobre autoestima, disposição, felicidade. Não busquei
a cirurgia como quem busca um milagre, curti cada momento do pré e
pós-operatório. Claro que “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho), no meu caso
perda de peso.
Já ouvi muito de algumas amigas/irmãs da minha mãe “Diga que eliminou
peso, que é para nunca mais achar”. E talvez eu deixe brecha para tal
pensamento quando eu digo que não quero voltar a engordar, mas as pessoas não
entendem que eu não achava ruim quando pesava 108,7 kg e usava tamanho 52. Por estar gorda durante
17 dos 21 anos que tenho aprendi que a vida é muito mais metafísica (além do
físico) do que parece. Para tudo existe mais de um lado, não pensem que perder
40kg e usar tamanho 40 tem só bônus.
Lembrem-se: um ex-gordo vê o mundo diferente de
um magro.
Até a próxima postagem.